O motorista de uma carreta bitrem envolvida em um acidente que resultou na morte de 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, teve sua prisão decretada pela Justiça. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, informou em uma rede social que o motorista foi preso no Espírito Santo pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A decisão foi publicada nesta terça-feira (21) após exames comprovarem que o condutor havia consumido álcool, ecstasy e cocaína. O acidente ocorreu em 21 de dezembro de 2023, quando um bloco de granito transportado pela carreta se desprendeu, colidindo com um ônibus.
A decisão judicial, assinada pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, considerou diversas infrações cometidas pelo condutor antes e durante o acidente. Entre os elementos citados pela decisão judicial estão o excesso de peso da carga, que ultrapassava 68 toneladas, e o excesso de velocidade, já que a carreta trafegava a 90 km/h em uma via cujo limite é de 80 km/h. Além disso, foi constatado que o motorista havia realizado uma jornada exaustiva de trabalho sem descanso adequado.
Outro fator destacado foi a ausência do motorista no local do acidente. Após o episódio, ele se entregou às autoridades dois dias depois. Exames toxicológicos realizados nesse período confirmaram o uso de substâncias ilícitas. O magistrado também ressaltou a recorrência de infrações por parte do condutor, que já havia sido abordado em outras ocasiões por dirigir sob efeito de álcool e recusado o teste do etilômetro. O motorista não colaborou com as investigações, negando o acesso ao seu celular. O acidente ocorreu quando um ônibus, transportando cerca de 45 passageiros, colidiu com a carreta e pegou fogo. As vítimas eram naturais dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba.
As investigações apontam que o bloco de granito transportado pela carreta teria se desprendido, provocando o impacto com o ônibus. Embora essa seja uma das hipóteses principais, o delegado Amaury Albuquerque afirmou que o caso ainda está sendo analisado. Segundo ele, há indícios de sobrepeso na carga, mas detalhes adicionais estão em apuração. Outra possibilidade considerada inicialmente foi o estouro de um pneu do ônibus, mas o perito criminal Felipe Dapieve afirmou que, até o momento, não há evidências para sustentar essa tese.
O caso segue em investigação.