Diego Rodrigues Cordeiro, acusado de sequestrar um ônibus metropolitano em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na terça-feira (28), teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia. A decisão foi tomada pelo juiz José Venâncio de Miranda Neto, que considerou a manutenção da prisão necessária para garantir a ordem pública, devido à “grave violência” envolvida no caso.
Durante o sequestro, Diego manteve o passageiro Wellington Lemos, de 58 anos, em cárcere privado por três horas, além de apontar um canivete para o pescoço da vítima. O magistrado destacou que, embora o acusado não tenha antecedentes criminais, não há garantias de que ele não cometa um ato semelhante se permanecer em liberdade.
Em sua decisão, o juiz afirmou que o comportamento de Diego durante o sequestro demonstrou desprezo pela própria vida, o que representa um risco para a segurança pública. “Não é possível inferir que nova prática não possa vir a acontecer, dado que, verificado o ocorrido, o autor parece sequer buscar a preservação da própria vida, o que coloca em sério risco a ordem pública e a segurança dos cidadãos da comunidade”, disse trecho da decisão.
O juiz também determinou que Diego permaneça preso até que passe por novas avaliações, incluindo exames sobre sua saúde mental. “Assim, considerando o histórico violento do evento, conforme narrado pela vítima, fica demonstrado, concretamente, a periculosidade e o perigo gerado pelo estado de liberdade do autuado”, concluiu.
Diego Rodrigues Cordeiro é investigado pelos crimes de sequestro e cárcere privado qualificado e permanecerá detido até o julgamento.
Detalhes do sequestro
O incidente ocorreu por volta das 10h30 da terça-feira (28), no bairro Nacional, em Contagem. Diego invadiu um ônibus da linha 2290, armado com uma faca, e ordenou que o motorista e os passageiros descessem do veículo. Wellington Lemos, o único passageiro que permaneceu no coletivo, foi obrigado a dirigir o ônibus por alguns metros, colidindo com três carros antes de parar na rua Quintino Bocaiuva.
Por volta das 12h15, militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) iniciaram uma negociação com o sequestrador. Segundo o Coronel Godinho, a única exigência de Diego era ver seu filho recém-nascido. Três horas após o início do sequestro, o refém foi liberado. Diego foi o último a deixar o veículo e, ao sair, amarrou uma corda no pescoço em uma tentativa de autoextermínio. Nesse momento, os militares utilizaram uma arma de choque para neutralizá-lo e proteger sua vida.