O cantor MC Poze do Rodo foi preso na madrugada desta quinta-feira, no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A prisão foi realizada pela Polícia Civil como parte de uma investigação que apura o envolvimento do artista com a facção criminosa Comando Vermelho. Ele é suspeito de associação para o tráfico de drogas e apologia ao crime, tanto por meio de suas apresentações quanto pelas letras de suas músicas.
De acordo com os investigadores, MC Poze realiza shows exclusivamente em comunidades controladas pela facção, onde há presença de traficantes armados com fuzis. Esses eventos, segundo a polícia, seriam utilizados para fortalecer o domínio da organização criminosa, impulsionar a venda de drogas e financiar a compra de armamentos. Os policiais afirmam ainda que essas apresentações são planejadas para ocorrer sob proteção dos criminosos, com o objetivo de garantir a segurança do cantor e do público.
A investigação teve início após um baile funk realizado no dia 17 de maio na comunidade Cidade de Deus. Durante o evento, vídeos registraram a presença ostensiva de homens armados entre os participantes. Nas imagens, traficantes circulavam com fuzis à vista enquanto o cantor se apresentava, sem qualquer disfarce ou tentativa de ocultar a identidade. A apresentação ocorreu dois dias antes da operação em que o policial civil José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi morto durante uma ação na região.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) é responsável pela investigação, que já identificou elementos que, segundo a corporação, configuram apologia ao tráfico de drogas, incitação ao uso de armas de fogo e estímulo a confrontos entre facções rivais. As autoridades alegam que as composições e apresentações do artista extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão ao promover práticas criminosas.
MC Poze do Rodo, que possui mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais, foi detido com base em um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outras pessoas envolvidas na organização dos eventos e os responsáveis pelo financiamento das festas.
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