Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, na noite deste sábado (25). O desembarque ocorreu após atrasos provocados por uma escala emergencial em Manaus devido a problemas técnicos na aeronave.
Inicialmente, a previsão era que o voo chegasse a Confins na sexta-feira (24). No entanto, durante o trajeto, a aeronave precisou fazer um pouso não programado em Manaus, onde quatro passageiros desembarcaram para seguir viagem até Rondônia e Roraima. A continuidade do transporte até Minas Gerais foi realizada por outro avião da FAB, que partiu da Base Aérea de Brasília. No momento do desembarque, os deportados estavam algemados. A Polícia Federal, que acompanhava o caso, atendeu a uma orientação do Ministério da Justiça e retirou as algemas após o desembarque. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, estava presente no terminal para recepcionar o grupo.
Entre os brasileiros deportados, houve denúncias de agressões por parte de agentes de imigração dos EUA. Um dos passageiros, Vitor Gustavo da Silva, relatou que foi agredido e ficou em condições precárias durante o voo de deportação. Outro deportado, Jefferson Maia, afirmou ter permanecido algemado por 50 horas, sem acesso a água ou banheiro.
Esse é o primeiro voo com brasileiros deportados dos EUA sob a nova gestão do presidente Donald Trump, que iniciou seu segundo mandato em 20 de janeiro. O voo também marca a segunda operação de deportação com destino ao Brasil em 2025. A primeira ocorreu em 10 de janeiro, ainda no governo anterior.
Trump anunciou uma série de medidas para endurecer as políticas migratórias, incluindo o retorno da política “Permaneça no México”, a construção de um muro na fronteira com o México e a intensificação de operações de deportação. Essas ações, de acordo com o governo norte-americano, visam reforçar a segurança nas fronteiras e conter a entrada irregular de imigrantes.
Desde 2019, o Brasil tem autorizado voos fretados para repatriação de cidadãos deportados dos EUA, uma prática retomada durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro. Essa política é um desdobramento das iniciativas de endurecimento da imigração por parte do governo norte-americano.