Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pelo deputado Caporezzo (PL) propõe proibir o uso de bebê reborn — réplicas realistas de crianças — em serviços públicos essenciais, como hospitais e unidades de saúde. A proposta prevê multa de até 10 vezes o valor do serviço utilizado, com recursos destinados ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.
A justificativa do texto, chamado de “Lei de Sanidade Pública”, cita preocupação com o “desperdício de recursos” e a “distopia social” gerada por quem trata objetos inanimados como seres vivos. Caporezzo argumenta que há registros de pessoas exigindo atendimento médico para as bonecas, o que classificou como “sério desperdício de impostos” e “sinal de necessidade de ajuda para o adulto”.
O projeto cita o caso de uma adolescente de Janaúba, no Norte de Minas, que viralizou ao postar vídeos levando um boneco realista, batizado de “Bento”, a um hospital. Nas imagens, ela aparece pesando a boneca e acompanhando uma conhecida que visitava um bebê real. Yasmim afirmou que não solicitou atendimento para o objeto, mas o episódio reacendeu o debate sobre o tema.
Caporezzo afirma que a proposta visa coibir “devaneios da sociedade contemporânea” e evitar a “banalização” do sistema de saúde. Críticos, no entanto, argumentam que a medida estigmatiza práticas terapêuticas — algumas pessoas usam as bonecas para lidar com luto ou transtornos psicológicos.
A ALMG ainda não tem previsão para votar o projeto, que precisa passar por comissões antes de seguir ao plenário.
O que é bebê reborn?
Um bebê reborn é um boneco realista projetado para imitar recém-nascidos, com detalhes como textura da pele, veias e expressões faciais semelhantes às humanas.
A técnica surgiu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a escassez de brinquedos levou à customização de bonecas existentes. Originalmente voltadas para crianças, as peças ganharam sofisticação ao longo do tempo e passaram a atrair também adultos.
Hoje, é possível personalizar características como gênero, cor dos olhos, cabelo e peso. Os materiais variam entre silicone, vinil e tecido, influenciando realismo, textura e custo final. O custo estimado de um bebê reborn varia entre R$ 2 mil a R$ 20 mil.
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