Na estreia de Fernando Jardim, o Cruzeiro foi derrotado por 2 a 1 pelo Democrata GV, em Sete Lagoas. Um jogo com ressalvas, por ser time reserva, um resultado que pouco alterou o panorama do time no Mineiro, mas um conjunto que contribuiu para o fim de primeira fase preocupante da equipe.
Classificado às semifinais e vivendo uma maratona de jogos desde o início da temporada, o Cruzeiro tinha pouco em jogo na Arena do Jacaré. Até por isso, a opção da comissão técnica foi escalar time praticamente todo reserva, o que deixou também a estreia do novo comandante em segundo plano.
Há pouquíssimo a se analisar sobre estilo de jogo e menos ainda sobre ideias em relação ao time titular para iniciar o trabalho. O que se pôde ver foi apenas um pedido por associações mais rápidas e jogo vertical usando os homens de lado de campo.
O time começou a temporada sob expectativa depositada em um elenco reforçado e um treinador remanescente sobre o qual havia esperança de reviravolta em relação a 2024. Cenário animador e que desenhava, na teoria, um time favorito ao Campeonato Mineiro, o que não acontecia desde 2019.
A prática, no entanto, esteve bem distante disso, até agora. Não foi acaso o Cruzeiro ter somado menos de 50% dos pontos disputados no Estadual e ficado apenas com a sexta melhor campanha entre 12 times.
O Cruzeiro teve poucos momentos de soberania ao longo desse primeiro recorte da competição e construiu vitórias tranquilas somente contra Itabirito e Uberlândia, que lutaram contra o rebaixamento.
É verdade que o regulamento fez o Cruzeiro enfrentar todos os times considerados mais fortes do campeonato e não ter pela frente, por exemplo, os três de piores campanhas. Mas, com o elenco montado e o projeto que se tem, era obrigação ter brigado, no mínimo, pela melhor campanha geral. No fim das contas, esse mesmo regulamento ajudou o time a estar na semifinal, mesmo não tendo feito uma das quatro melhores campanhas.
O que dá para dizer, no momento, é que o Cruzeiro chega para esta fase em uma situação pouco animadora. É verdade que o clássico com o Atlético ficou condicionado à expulsão de Gabigol e que o tropeço para o Democrata GV tem o peso da escalação alternativa, mas terminar a primeira fase com três tropeços seguidos, técnico iniciando trabalho e protesto da torcida era algo inimaginável no início da temporada. Ainda mais depois de ensaiar reação com Wesley Carvalho no comando interino.
Dentro do que foi apresentado em campo, o torcedor deve mirar em algo próximo do que foram os primeiros 45 minutos no clássico contra o América, ter esperança (e um pouco de calma) pelo encaixe de um novo trabalho e pela retomada de peças sobre quais há muitos cartuchos depositados (inclusive pela diretoria).
O Cruzeiro chega para o mata-mata com leve favoritismo sobre o América, por conta da qualidade de elenco – e pelo rival também viver instabilidade de resultados. Ainda tem totais condições de ser campeão, mas, neste momento, precisa se provar dentro de campo, individual e coletivamente.