Por Oliveira Lima
Quando começa o ano, ainda pertencente à Ronaldo Fenômeno, os parâmetros do Cruzeiro eram a permanência sem sofrimentos na Série A do Brasileirão, a confirmação da vaga à Sul-Americana de 2025 e, se der, uma vaga à Pré-libertadores do ano que vem. Com relação à Copa Sul-Americana deste ano, o objetivo era mesmo “ir até onde pode ir”.
Mas no final de abril, acontece a maior mudança no futebol brasileiro: a primeira recompra de um time de futebol, com Ronaldo vendendo o clube para Pedro Lourenço, o Pedrinho. Com o Fenômeno os objetivos foram cumpridos, com uma classificação direta ao sistema de mata-mata da Sula e um Cruzeiro acima das expectativas, dentro de um G4, zona da Libertadores.
Com um time azeitado, sem muitas estrelas, Cruzeiro de Fernando Seabra surpreende todo mundo. É eleito o melhor futebol do primeiro turno do Brasileirão e seu treinador o melhor de todos. Time joga melhor do que os favoritos Palmeiras, Flamengo, Atlético e Botafogo e Seabra melhor que Abel Ferreira, Tite, Milito. Sem estrelas milionárias, time de Seabra era muito organizado.
Mesmo o time oscilando, mas com belo padrão de jogo definido, o novo dono do Cruzeiro troca o comando, surpreendo todo mundo. Time de Seabra já sentia os efeitos da entrada dos reforços, comprados à peso de ouro. Apesar de tudo, era um time organizado. Fato é que com a chegada de Diniz o time piorou e muito. E há uma série de explicações para tal.
A inclusão apressada e à força dos novos reforços, sem uma preparação mais adequada, a troca de treinador no meio do caminho, totalmente por conta de um Seabra sem grife. É aí o centro do problema: qualquer troca de comando demanda tempo de compreensão de todo mundo e quando quem chega é simplesmente Fernando Diniz, o tempo tem que ser maior ainda. Diniz é mais diferenciado dos treinadores, nada é igual à ele. Demanda muito tempo para os jogadores assimilarem as suas ideias. Ele tem apenas 5 jogos no comando do Cruzeiro, em 30 dias de trabalho. É tudo muito pouco e com grandes exigências.