Na manhã desta segunda-feira (15), a Polícia Civil apresentou a conclusão dos trabalhos de investigações do homicídio do sargento Dias, da Polícia Militar. Roger Dias da Cunha, morreu no último dia 5 de janeiro, durante atendimento a uma ocorrência de roubo na região do bairro Aarão Reis, em BH.
Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, e seu comparsa, Geovanni Faria de Carvalho, de 33, responderão por homicídios qualificados nas formas consumadas e tentadas. Além do sargento, outros cinco policiais militares também foram vítimas das ações criminosas, além de um motociclista.
Durante coletiva de imprensa, a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Alessandra Wilke, chamou a atenção para a importância da conclusão dos trabalhos policiais. “Não podemos deixar de ressaltar que este foi um caso de afronta às forças de segurança e, como tal, entendemos que é uma afronta à toda população, uma vez que o papel maior da polícia é preservar vidas e resguardar a sociedade”, destacou.
Relembre o caso
Durante patrulhamento, policiais militares receberam informações acerca de indivíduos armados e envolvidos em um roubo. Os suspeitos estariam em um veículo, nas proximidades de um shopping na região Nordeste da capital, no sentido Novo Aarão Reis, e a vítima do assalto, inclusive, foi ouvida pela Polícia Civil e reconheceu um dos suspeitos.
A guarnição, então, iniciou operação para abordá-los, mas os ocupantes não obedeceram às ordens de parada, sendo necessária intensa perseguição. O carro dos investigados chegou a ser interceptado, mas desviou e colidiu com uma motocicleta, batendo em um poste.
A dupla, então, abandonou o veículo e fugiu a pé. Solicitado o apoio de outras guarnições, a Polícia Militar deu continuidade às perseguições, sendo que a equipe composta pelo sargento Dias avistou Welbert, próximo a um campo de várzea na região.
O investigado desobedeceu aos comandos do militar e efetuou disparos contra o sargento, que foi atingido na cabeça. Ainda ao ser abordado por outro policial militar, o suspeito reagiu novamente com disparos e atingiu uma viatura, até que foi alvejado e rendido.
Na busca pelo segundo indivíduo, foram efetuadas buscas na casa do suspeito, onde foram apreendidos um colete balístico, munições calibre 38 e quase 400 gramas de maconha. O investigado efetuou disparos de arma de fogo, fugiu para uma área de mata, ainda armado, mas acabou sendo detido, após imobilizado por cães policiais.
Criminosos não se arrependem de matar Sargento Dias
A perícia criminal da Polícia Civil compareceu ao endereço e realizou os exames de local. Os laudos elaborados foram juntados ao inquérito policial, o qual esclareceu as circunstâncias, dinâmica, motivação e autorias delitivas.
Os trabalhos, conduzidos pelas equipes de Plantão do DHPP e da 3ª Delegacia Especializada de Homicídios de Venda Nova, também vinculada ao Departamento, envolveram a análise de câmeras de filmagem no local do crime e oitiva de testemunhas.
A delegada responsável pela investigação, Ariadne Coelho, adiantou que o suspeito de atirar contra o sargento confessou o fato tanto para os policiais militares quanto para a Polícia Civil. “Ele confirmou que estava de fato no veículo e que não queria ser preso. Então, aos investigadores, ele confessou ter efetuado os disparos de arma de fogo contra Sargento Dias. São aparentemente frios. Ambos têm passagens, apresentam periculosidade e até uma certa audácia pela dinâmica dos fatos. Eles não demonstram nenhum arrependimento”, disse.